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Reportagem completa: Bolsa estende rali e atinge 93 mil pontos Medidas de injeção de liquidez e juros baixos no mundo estimulam busca por ativos de risco Por Marcelle Gutierrez e Victor Rezende — De São Paulo 04/06/2020 05h00 Atualizado há 3 horas A forte liquidez no mundo após medidas de estímulo para combater a pandemia e juros baixos tornam o mercado mais inclinado ao risco, o que justifica o recente rali da bolsa brasileira. A desvalorização dos preços dos ativos em meio à crise e dados econômicos melhores do que o esperado corroboram o movimento. Ontem, o Ibovespa subiu 2,15%, ficando acima dos 93 mil pontos, com um giro de R$ 30,8 bilhões, bem acima da média diária do ano de R$ 20 bilhões. Este foi o quarto pregão consecutivo de ganhos e o maior nível em três meses, desde 6 de março, quando fechou em 97.996 pontos. A bolsa ganhou tração nas últimas duas semanas de maio, quando alcançou 81 Diante da perspectiva de que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve contrair mais de 6% em 2020 e o país ainda não alcançou o pico da pandemia - os casos de covid-19 ultrapassam 550 mil, com mais de 30 mil mortes -, o que explica o bom humor do mercado financeiro, na visão de gestores de fundos, é o excesso de liquidez no mundo com os pacote No Brasil, a taxa de juro, que já está na mínima histórica, deve continuar caindo, dando suporte ao mercado de ações. Do nível atual de 3% ao ano, as apostas são de pelo menos mais um corte de 0,75 ponto na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), para 2,25%. Há, contudo, uma percepção crescente entre os agentes do mercado Essa leitura foi reforçada ontem por comentários do diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, de que o nível de 2,25% não é “um limite que não podemos cruzar”. A declaração colaborou para que os juros futuros renovassem mínimas históricas. Indicadores econômicos melhores do que o esperado também contribuíram para a busca por ativos de risco. Dados do IBGE, por exemplo, mostraram que a produção industrial brasileira recuou 18,8% em abril, tombo menor do que os mais de 30% projetados. O temor em torno dos efeitos negativos da pandemia para a economia penalizou as ações, deixando a bolsa brasileira atrativa em termos de preço. Desde o início do ano até a mínima de 63.569 pontos, registrada em 23 de março, o Ibovespa havia caído 45%. Até ontem, a queda no ano fica em 19,6%. Leonardo Morales, gestor de renda variável da Macro Capital, explica que há uma rotação de ativos, ou seja, troca daqueles mais defensivos por mais cíclicos ou arriscados. Este movimento é global e ocorre exatamente com os estímulos fiscais e monetários, reabertura de economias e menor preocupação com uma segunda onda de contaminações. “Dessa forma No mercado de ações, os bancos lideram esse movimento de compra na bolsa brasileira. “Embora a economia esteja deprimida e os lucros baixos, chegou um momento favorável para tomar um pouco de risco. Os preços não estão baratos, mas não estão caros, e os juros estão baixos”, afirma Fernando Siqueira, gestor da Infinity Asset. Para ele, além dos bancos, o varejo físico, cujo preço das ações caiu forte com o isolamento social, pode se beneficiar. Banco do Brasil ON, por exemplo, subiu 5,88% ontem e, em um mês, avança 21,33%. Outros ativos penalizados pela crise também vem se recuperando, caso das companhias aéreas Gol PN e Azul PN, que subiram ontem 16,41% e 10,15%, respectivamente. O Ibovespa também tem forte composição do setor de commodities, cujos preços têm se recuperado desde meados de maio. Vale on subiu 0,45% ontem, mas acumula avanço de 18,7% em um mês, com o minério de ferro acima de us$ 100 a tonelada. Já os papéis da Petrobras avançam mais de 18% em um mês com a retomada do petróleo para quase US$ 40 o barril.

Categoria Design e Multimedia
Subcategoria Imagens para redes sociais
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Prazo de Entrega: 05 de Junho de 2020

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