As Facetas Da Violência E Marginalização Na Hq “Castanha Do Pará"

"Castanha do Pará" (2016), a primeira obra em quadrinhos do autor e educador Gidalti Jr, mergulha nas complexidades da expressão visual da narrativa sequencial. Adaptada do conto "Adolescente Solar" de Luziam Pinheiro, a HQ foi laureada com o Prêmio Jabuti na categoria estreante de Histórias em Quadrinhos em 2017. Gidalti Jr. Entrelaça os elementos da narrativa sequencial (Eisner, 2015; McCloud , 2015; Smith, 2019) e os matizes do sujeito subalterno (Hutcheon, 2002; Ginzburg, 2009; Spivak, 2019; Hall, 2019), para retratar as vivências de uma figura antropomórfica de cabeça de urubu, que transporta o leitor para a vida cotidiana de um menino de rua nas imediações mercado Ver-o-Peso em Belém. As crianças retratadas, adornadas com atributos animalescos em contraposição à humanização dos adultos, captam os contrastes dessas experiências. Entretanto, subsiste uma escassez notável de estudos acadêmicos referentes a esta obra, os aspectos da fábula e a representação da violência são meticulosamente construídos para traduzir uma multiplicidade de cenários de violência e vulnerabilidade (Lyotard, 1979; Hutcheon, 2002; Ginzburg, 2009; Spivak, 2019; Hall, 2019). Com isso, o escopo deste projeto de pesquisa reside na análise detalhada das características da narrativa sequencial e da fábula, delineando como Gidalti Jr. Habilmente incute uma miríade de violência e marginalização em "Castanha do Pará" (2016), impactando o leitor de maneira violenta desde o primeiro quadro.

Palavras-chave: Castanha do Pará (2016); história em quadrinhos; narrativa sequencial; infância e violência; sujeitos marginalizados.